Imagine uma criança com autismo, repleta de potencial, entrando numa escola. A cada dia, ela se depara com um mundo que não entende suas necessidades únicas, onde o aprendizado se torna um desafio constante, não por falta de capacidade, mas por falta de suporte adequado. Muitas vezes, em escolas particulares, essa criança pode se sentir isolada, perdendo não apenas tempo, mas oportunidades preciosas de desenvolvimento. Este cenário, infelizmente, é uma realidade para muitas famílias.

Contudo, é importante destacar que é um direito fundamental da criança com autismo ter o fornecimento de um profissional de apoio, especialmente um especialista em Terapia de Análise do Comportamento Aplicada (ABA). Este especialista não é somente um recurso para o processo de educação, mas uma necessidade essencial de saúde, que pode transformar a experiência educacional da criança.

O especialista em ABA atua de diversas maneiras: ajuda a desenvolver habilidades sociais e comunicativas, utiliza reforço positivo para encorajar comportamentos desejáveis, gerencia comportamentos desafiadores e oferece um plano de intervenção personalizado. Este suporte é vital para aproveitar as "janelas neurais" – períodos durante os quais o cérebro da criança é mais receptivo ao aprendizado e desenvolvimento de novas habilidades.

Perder essas janelas neurais pode significar um atraso no desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança. Portanto, a presença de um profissional de apoio especializado é fundamental para garantir que cada criança com autismo alcance seu potencial máximo.

Interessantemente, muitos não sabem que, por se tratar de uma necessidade de saúde e não apenas educacional, os planos de saúde são obrigados a fornecer este tipo de suporte. Em caso de negativa por parte da operadora do plano de saúde, os pais e familiares podem e devem buscar suporte jurídico especializado em direito à saúde. Este caminho pode garantir que os direitos da criança sejam respeitados e atendidos.

Finalizando, desejo a todos um feliz Ano Novo. Que a meta para o ano que se inicia seja fornecer às nossas crianças, respeitando a condição de cada uma, o melhor possível. Pensar no pleno desenvolvimento e bem-estar das gerações futuras deve ser nossa esperança, motivo de empenho e cuidado. Juntos, podemos criar um futuro mais inclusivo e promissor para todas as crianças.

Gabriel Tavares, advogado e sócio no escritório Gabriel Tavares Advocacia.